terça-feira, 27 de dezembro de 2011

O Bote Fé Feira na minha vida

Testemunho de um padre

Meu corpo ainda sente o cansaço dos dias da passagem da Cruz Peregrina e do Ícone de Nossa Senhora, mas meu coração “exulta no Senhor” e vibra, pois nestes dias eu me senti visitado por Deus. Acho que o Senhor me quis envolvido nesta realidade, pois na verdade não cabia tanto a mim coordenar este evento. Atendi a solicitação do bispo. Logo em seguida, recebi um telefonema de Duda, que após ver a recepção dos Símbolos em São Paulo, colocou-se a disposição para a realização do Bote Fé Feira. A partir daqui, começou uma história de amizade que retenho querida pelo Senhor. O professor Duda, que algumas vezes, vi e cumprimentei aqui e ali, passou a ser alguém significativo em minha vida. Quero dizer da minha alegria de estar ao seu lado esses dias e como ele me edificou.  Esses dias, ele recebeu alguns apelidos. Esta é uma das formas de eu exprimir o meu afeto e amizade. Não foi isso que te falei, “Dino”, “Rabugento”?
Tudo que é de Deus tem um pouco de cruz e de dor. Não faltaram lágrimas, nem a mim, nem ao professor Eduardo, bem como dores de cabeça. Contudo, há uma expressão latina que diz: “Pela Cruz à Luz”. Foi isto que vivenciamos. Nosso pranto se tornou em alegria, em festa.
Nossa alegria pôde ser experimentada no contato com a Cruz e o Ícone de Nossa Senhora. Diante da Cruz, eu senti uma comoção forte por saber que tantas mãos a tocaram, e que aquela Cruz era consolo, força, ânimo na vida de tantas pessoas. Quantas expressões de fé bonitas diante do símbolo do amor da fé cristã! Dentro de mim, eu sentia, sobretudo, o desejo de esvaziar-me, de ser pobre de espiritualmente, livre de qualquer vã ambição.
Diante de Nossa Senhora, eu me senti olhado, com ternura, e senti o afago da mãe que sustenta e dá ânimo ao filho, principalmente nos momentos de dificuldades. Como fiquei afeiçoado àquele Ícone. Pensava em Maria como a discípula exemplar, que permaneceu fiel até o fim. Ela permaneceu de pé, diante da Cruz, com seu Filho Jesus.
Além dessas coisas, foi bonito sentir os bons desejos que foram suscitados no coração de tantos jovens e pessoas que se sentiram motivados a fazer algo, procurando vivenciar, com mais compromisso e engajamento, a sua fé como católicos. Foi bonito ouvir de um dos jovens que me acompanhou até Amargosa, quando eu o interpelei sobre o que foi suscitado no coração dele. Ele me disse: “eu senti vontade, padre, de servi mais a minha Igreja”.  Eu posso, pessoalmente, dizer, que nestes dias, fui tocado. Senti mais vontade de ser bom, de amar, de doar-me, de viver o sacerdócio com santidade! Obrigado, Senhor, pela tua visita na minha vida!
Foi forte, também, o momento em que fomos a Amargosa. Éramos eu, Duda e mais três jovens, que espontaneamente se colocaram a disposição querendo ir. Tínhamos pensado somente em ir e entregar os Símbolos e voltar. Mas lá, ficamos entusiasmados! Participamos da carreata, da celebração de acolhida.  Em seguida, vivi uma experiência que marcou a minha vida através do gesto de acolhida do bispo, Dom João Nilton. Ele ficou preocupado conosco e não nos deixou ir embora sem jantar. No restaurante aconteceu uma das minhas ceias de Natal mais lindas e significativas. Estava com professor Duda, que havia deixado seus três filhos e esposa e me fazia companhia, bem como estava com aqueles três dedicadíssimos jovens e mais dois jovens de Amargosa. Ali conversávamos e partilhávamos tudo o que tínhamos experimentado no Bote Fé Feira.
Ao final de tudo só me resta dizer: Obrigado, Senhor. Tu és fiel! Obrigado por Duda e seu dinamismo, às vezes difícil de acompanhar! Obrigado por tanta gente que se uniu a nós, assumindo várias responsabilidades. Um cheiro no coração para todos vocês. Só Te peço, bom Deus, que me ajudes a viver tanta coisa boa que Tu colocaste em meu coração.
Eu estou ainda cansado, mais muito feliz!!!!
Pe. Pedro Moraes Brito Júnior
pepedrojr@hotmail.com

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